De regresso ao calendário depois da ausência em 2020, o GP da Comunidade Valenciana é mais uma vez o evento que coloca um ponto final na temporada do MotoGP. De acordo com os técnicos da Brembo, o Ricardo Tormo é – tal como o Autódromo Internacional do Algarve – um circuito moderado para os travões. Numa escala de dificuldade de 1 a 5, o circuito valenciano é merecedor de um três, o estatuto mais baixo das quatro pistas espanholas.
Percorrido no sentido oposto aos ponteiros dos relógios, o traçado do ‘anfiteatro’ é caracterizado pelas suas curvas apertadas e curtos trechos de recta onde são utilizadas as relações de caixa mais baixas. É uma pista de intensidade moderada quanto à utilização dos travões e onde uma das maiores armadilhas é precisamente a dificuldade em arrefecer o sistema de travagem devido às rectas muito curtas.
Os 31 segundos que fazem toda a diferença
Os pilotos de MotoGP utilizam os travões da suas motos em 9 das 14 curvas do Circuito Ricardo Tormo: as únicas duas curvas consecutivas onde estes não são necessários são as 9 e 10. Os travões são utilizados durante 31 segundos em cada volta, 34% de todo o GP, que é a mesma percentagem do GP de Espanha realizado no Circuito de Jerez.
Totalizando toda a força que o piloto aplica sobre a manete de travagem desde o arranque até cruzar a linha de meta, o resultado final é de pouco mais de 900 quilos em média. No entanto, a carga não é uniforme porque é inferir a 2.5 quilos num par de curvas e pouco mais de 5 quilos noutras duas. As desacelerações, por outro lado, são todas entre 0.8 G 1 1.2 G com excepção de apenas uma.
Poucos menos de 200km/h em 4.8 segundos
Dos nove pontos de travagem do Circuito Ricardo Tormo apenas um é classificado como exigente para os travões. 5 são de dificuldade média e os restantes três não são particularmente desafiantes.
O ponto de travagem mais desafiante para as motos de MotoGP é a primeira curva do circuito: as motos baixam a velocidade de mais de 320km/h para 128km/h em apenas 4.8 segundos e percorrem uma distância de 282 metros. Para o conseguirem, os pilotos aplicam uma força de 4.9 quilos sobre a manete de travagem e estão sujeitos a uma desaceleração de 1.5G ao mesmo tempo que a pressão do fluido de travagem sobe para os 104bar.