Em semana de GP na Alemanha, nada melhor do que descobrirmos alguns dos segredos do traçado da Saxónia. Depois de um ano de ausência, o campeonato do mundo está de volta à Alemanha. Em 1978 foi precisamente na Alemanha que a Brembo conseguiu, pela primeira vez, vencer uma prova na classe rainha, quando, no lendário circuito do Nurburgring, o italiano Virginio Ferrari levou ao primeiro lugar a Suzuki RG500, com as cores do Team Gallina.
Em Sachsenring, que dista a apenas oito quilómetros do centro da cidade de Chemnitz, tudo é, no entanto, diferente. O circuito foi construído em 1996, recebeu o seu primeiro GP dois anos depois, e tem como um dos seus ‘pontos carismáticos’ a ‘Queda de água’, nome pela qual é conhecida a saída da Curva 10, a última direita do traçado da Saxónia.
Em termos de travagem, e de acordo com os técnicos da Brembo – marca que equipa todas as 22 motos que alinham em MotoGP -, este é um circuito de exigência moderada para os travões, recebendo numa escala de 1 a 5 uma avaliação de três valores, em termos de índice de dificuldade, avaliação que partilha com outros oito circuitos.
O seu desenho sinuoso faz com que os travões sejam utilizados apenas de forma moderada: existem apenas 7 zonas de travagem, para um total de 21 segundos por volta, menos 17 segundos que no circuito de Sepang. Nenhum outro circuito exige uma utilização tão limitada dos travões em termos absolutos: 26% da duração total de uma corrida.
Dos sete pontos de travagem, apenas três obrigam a uma utilização do sistema de travagem por, pelo menos, 3 segundos. Noutras três curvas, a desaceleração não excede os 0.8G. Se somarmos todas as forças aplicadas por um piloto na manete de travão, desde o arranque até ao momento em que é mostrada a bandeira de xadrez, o total é de apenas 750 quilos, o terceiro registo mais baixo apenas batido por Silverstone e Phillip Island.
5.5 segundos
Dos sete pontos de travagem em Sachsenring, apenas dois são considerados como bastante exigentes para o sistema, outros dois são de média dificuldade e os restantes três são leves. A primeira curva é o ponto de travagem mais exigente tanto para os pilotos como para os travões: as motos chegam ao ponto de travagem a 290 km/h e entram na curva a 73km/h, após travagem durante 252 metros. Os pilotos pressionam os travões durante 5.5 segundos com uma pressão na manete de 5.7 quilos e são sujeitos a uma desaceleração de 1.4G.
As curvas
Curva 1
Velocidade Inicial – 290km/h
Velocidade Final – 73 km/h
Distância de Travagem – 252 metros
Tempo de Travagem – 5.5 segundos
Desaceleração Máxima – 1.4G
Força sobre a manete – 5.7kg
Curva 2
Velocidade Inicial – 143km/h
Velocidade Final – 113 km/h
Distância de Travagem – 57 metros
Tempo de Travagem – 1.6 segundos
Desaceleração Máxima – 0.7G
Força sobre a manete – 1.7kg
Curva 3
Velocidade Inicial – 134km/h
Velocidade Final – 91 km/h
Distância de Travagem – 76 metros
Tempo de Travagem – 2.4 segundos
Desaceleração Máxima – 0.8G
Força sobre a manete – 2.7kg
Curva 8
Velocidade Inicial – 233km/h
Velocidade Final – 142 km/h
Distância de Travagem – 137 metros
Tempo de Travagem – 2.7 segundos
Desaceleração Máxima – 1.2G
Força sobre a manete – 3.9kg
Curva 10
Velocidade Inicial – 175km/h
Velocidade Final – 154 km/h
Distância de Travagem – 61 metros
Tempo de Travagem – 1.3 segundos
Desaceleração Máxima – 0.6G
Força sobre a manete – 1kg
Curva 12
Velocidade Inicial – 284km/h
Velocidade Final – 116 km/h
Distância de Travagem – 204 metros
Tempo de Travagem – 3.9 segundos
Desaceleração Máxima – 1.5G
Força sobre a manete – 5.2kg
Curva 13
Velocidade Inicial – 213km/h
Velocidade Final – 99 km/h
Distância de Travagem – 136 metros
Tempo de Travagem – 3.2 segundos
Desaceleração Máxima – 1.2G
Força sobre a manete – 4.6kg