A segunda quinzena de setembro é sinónimo de regresso às aulas, à escola, um acontecimento vivenciado por milhares de alunos, entre eles os pilotos da Miguel Oliveira Racing Team Gonçalo ‘Salo’ Dias #88 e Francisco ‘Kiko’ Pires #73.
No sexto ano, Salo Dias confessa que estava com «saudades da escola», principalmente das aulas de Educação Física. Com o intuito de ser engenheiro para poder construir casas, o mais jovem piloto da MO Racing Team defende que os pontos positivos da sua escola «são os professores e a turma», salientando «a falta de ar condicionado/ventoinha e a lentidão dos computadores» como o lado negativo.
Já Kiko Pires, que está no 10.º ano, escolheu Ciências e Tecnologias como área a seguir e também admite que estava com saudades dos colegas, «mas não muito dos trabalhos de casa» (risos).
«Acho que a minha escola é grande, mas não tem muitas salas, o que impede de passar algumas aulas da tarde para o período matinal. Também acho importante termos mais professores, uma vez que alguns amigos ainda não têm todos os professores. Felizmente já tenho todos…», refere.
Em relação aos estudos em si, tanto o número 88 como o 73 consideram-se bons alunos, com Kiko Pires a frequentar inclusive o Quadro de Excelência ao longo da sua carreira escolar, um local que espera «voltar a ir este ano». Já Salo tem como objectivo «passar com boas notas» e não ter «nenhum problema na turma».
Sobre a rotina de estudo, fundamental para o sucesso escolar, Salo Dias acredita que já encontrou a sua, concretamente estudar e depois ser alvo de perguntas sobre a matéria estudada. O piloto da MO Racing Team refere ainda que os professores são compreensivos com o seu calendário desportivo e que muitos dos seus colegas não acreditam que anda de mota a altas velocidades, algo oposto aos colegas de Kiko Pires.
«Os meus colegas acham que sou o maior, especialmente os rapazes, já que andar de mota não é um desporto “normal” de se fazer com a minha idade, ainda para mais em competição há alguns anos. Por isso, é frequente receber mensagens de boa sorte e apoio durante as corridas.»
Um apoio que recebeu também por parte dos professores: «No ano passado, os meus professores sabiam que, com o motociclismo, seria um pouco mais difícil de perceber a matéria. Portanto, quando necessário, ajudaram-me nas aulas.» Por isso a importância de encontrar um método de estudo, algo que o número 73 da MO Racing Team também já encontrou, «o que tem vindo a ajudar-me nos testes e no meu próprio conhecimento».
Sobre a nova rotina semanal, Kiko Pires aponta a quinta-feira como o pior dia da semana para conciliar a vida escolar e desportiva, já que entra às 8h15 e sai às 17h55 da escola, o que deixa pouco tempo para os treinos físicos exigidos pelo motociclismo.
Em relação aos pontos em comum entre a escola e o desporto que os dois escolheram acolher para as suas vidas, Salo Dias defende «a concentração e a disciplina» como duas valências fundamentais para o êxito nas duas áreas, uma opinião partilhada por Kiko Pires.
«Existe uma coisa em comum entre a escola e o motociclismo, que é o facto de que, se não estudarmos, não teremos boas notas. O mesmo acontece no motociclismo: se não treinarmos, se não estudarmos os circuitos, será sempre mais difícil os fins-de-semana de prova.»