Ângelo Oliveira: «Tenho as motas que contam a história principal do Miguel»

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O Miguel Oliveira Fan Club entrevistou recentemente um fã muito especial: natural de Braga, Ângelo Miguel Oliveira, de 28 anos, tem em casa parte da história de Miguel Oliveira no motociclismo, uma história que será ampliada em 2023 com uma nova miniatura.

Antes de tudo, quando começaste a paixão pelo motociclismo e quais as referências que tinhas?

Tinha duas coisas que gostava quando era pequeno: rally e motas. O gosto pelas motos começou na infância, muito devido ao meu tio, que me levava a passear. Foi ele o responsável por me mostrar o quanto era bom andar de mota.

Sobre as minhas referências, cresci com o Valentino Rossi e o Marc Marquez no topo, duas excelentes inspirações. No entanto, em função da minha idade, possibilidades e tempo, nunca era possível acompanhar a fundo o MotoGP.

Quando começaste a acompanhar o Miguel Oliveira?

Um dia, quando estava a trabalhar, talvez em 2017, tomei conhecimento de que havia um piloto português no Moto2, mas, como não tinha a SportTV, só conseguia acompanhar as corridas e as notícias através do Facebook e Youtube. Para mim, foi um ponto chave e de mudança, já que finalmente estava a ver um português a andar a grande nível. Em 2018 comecei então a ver corridas com mais frequência, comecei a acompanhar as grandes lutas do Miguel com o Bagnaia e simplesmente… adorei. A verdade é que o Miguel tirava o máximo da moto e conseguia o que outros não conseguiam. Para mim, ele era um verdadeiro campeão.

A partir desse momento, comecei a dar mais atenção do que antes ao Mundo das Motos, já que, até então, acompanhava com mais regularidade o rally. Na altura tinha algumas miniaturas de carros e pensei que também deveriam existir miniaturas de motos. Para mim, as miniaturas não significam fazer uma coleção e ficar com os “objetos”, as miniaturas trazem memórias e histórias. Foi esse o princípio de tudo. Na ocasião, encontrei uma coleção em Espanha, que estava a sair nos quiosques e tentei arranjar algumas miniaturas. E qual não foi a minha surpresa quando as primeiras motos que consegui ter foram as de Marquez 2019 e do Miguel 2019?! De imediato pensei que tinha de arranjar todas as miniaturas que gostava e tinha memória.

     

E qual é o momento da carreira do Miguel que não esqueces?
O momento que nunca esqueço, e nunca irei esquecer, será o triunfo na Estíria, quando o Miguel provou que não importa quem está em primeiro, que sempre devemos lutar até à última curva. O Miguel provou naquela corrida que, quem luta por algo, não deve desistir se pretende alcançar o que quer. Essa força e conquista fez-me lutar e tentar tirar a carta de mota, coisa que nunca me vi capaz de fazer devido ao receio de cair. Mas foi o que fiz, tirei finalmente a carta e agora ando de mota.

Já alguma vez conseguiste privar com o Miguel?
Tive a sorte de haver uma sessão de autógrafos em Vila Real, na qual o Miguel foi lá com o pai. Mal soube do evento, peguei no carro e fiz 300 km sem pensar duas vezes. Quando lá cheguei, vi algo que não encontrava há muito: uma pessoa espetacular e preocupada com todos. Foi um enorme gosto e orgulho conhecer um piloto assim, um dia incrível. Quando regressei, festejei em casa como uma criança e comecei a querer saber ainda mais sobre a história do Miguel. Foi quando me tornei sócio do Miguel Oliveira Fan Club, por exemplo.

Em relação a coleção de miniaturas, quantas tens no total?
Atualmente, tenho as motos principais do Rossi desde 1994 (quando nasci), as motos dos campeões de MotoGP, desde 1990, e as miniaturas do Miguel. Aliás, foi nesse período que percebi que certas motos dos campeões do MotoGP simplesmente não existiam. Como tinha alguma experiência e conhecimentos acerca de personalização nas miniaturas de carros, acreditei que seria igual e comecei por testar, a fazer os decalques com os números e patrocínios certos. E felizmente deu resultado! Foi nesse período que decidi fazer as motos do Miguel, algo que seria único e fantástico de ter.

Mas quantas miniaturas do Miguel tens hoje na tua coleção?
De momento, e na minha opinião, tenho as motos dos principais momentos-chave da carreira do Miguel: as motas de 2011, 2014, 2016, 2018, 2019, 2020, 2021, 2022 (incluindo a mota de teste) e a mota de 2020, a mota particular R1, a que utilizou no Estoril.

E como é o processo de criação e construção das miniaturas? Poderias fazer um pequeno resumo de todo o processo?
Em relação a construção das motos, tudo começa por ver se há um modelo mais próximo possível da realidade, sendo necessário ver a fundo que peças serão preciso alterar, se é possível aproveitar peças de outras motos ou fazer do zero, por exemplo com betume, com massa para miniaturas, com calor a derreter o plástico ou inclusive pegar num bisturi e limas e moldar tudo para o resultado final ser o desejado. Depois é hora de retirar as decorações e tinta do modelo comprado com produtos como diluente, raspador ou lixas, mas também desmontar a moto toda em peças para finalmente começar o trabalho de moldagem e alterações, com bisturi ou calor. O processo é igual para todas: ao acabar a moldagem e montagem de toda a moto, as miniaturas levam uma camada de tinta primária, depois uma pintura da cor desejada, ficando “pronta” para receber as decorações, todas feitas no computador.

Começo por pesquisar fotos reais da moto pretendida, procuro todos os logos e imagens e só depois, já com tudo reunido, altero as imagens na medida que desejo e imprimo para papel de decalque. Essa impressão leva com um produto de proteção para não se danificar, uma espécie de verniz próprio. Após um dia a secar, é o momento de aplicar tudo na moto. Começo por colocar um produto de aderência para decalques, depois corto o decalque um a um, o mais perfeito possível com um bisturi, coloco em água e aplico.

Assim que todos os decalques são colocados, aplica-se um produto de proteção de decalques, deixa-se secar e a seguir é a hora da pintura da moto. É feita com pincel e nas cores corretas… Depois de tudo pintado e aplicado, é preciso uma camada de verniz pela moto toda para não perder a cor, mas também para não danificar com o tempo. Finalmente, coloca-se numa vitrine ou com uma tampa feita de acrílico, colocando um ponto final em todo o processo, que dura, em média, quatro dias. De referir que as miniaturas são todas feitas à mão.

E quais foram as miniaturas mais fáceis e difíceis de construir?
Algumas foram mais fáceis que outras, como as motos de teste, que foi só pintar de preto, fazer as decorações e aplicar. Outras foram bem mais complicadas, como a R1. Mas de todas, a mais difícil e ao mesmo tempo a que mais gostei de construir foi a miniatura de 2018, já que tive de fazer um quadro tubular, mas também um duplo escape. Optei por juntar dois escapes de duas motas através de calor e Super Cola3 e um bocado de betume plástico e lixa. Ficou um acabamento ideal, o acabamento que queria. Em relação ao quadro, usei um bocado de fio elétrico, retirei o cobre e moldei para o formato desejado. Depois pintei a miniatura de laranja, ficando com um quadro idêntico ao verdadeiro.

     

E agora, quais são as próximas miniaturas que pretendes ter na sua coleção?
Para já, tenho oito miniaturas do Miguel, mas quero ainda fazer a KTM Rookies de 2008 e tentar fazer a de 2015. Mas também vou construir a Aprilia 2022 (risos)… Fazendo estas três, acredito que ficarei com as motas que contam a história principal do Miguel.

Basicamente é este o meu objetivo: ter na minha coleção todos os campeões de MotoGP e todas as motos da história do nosso Falcão, além de umas luvas com a sua assinatura ou um deslizador de joelho autografado. Espero conseguir isso um dia, assim como ver o Miguel ser campeão.

Por último: como definirias o Falcão?
O Miguel é força, carácter, ambição e luta, uma pessoa/piloto que dá tudo o que tem sem deixar nada para trás.