Nome: Afonso Duarte de Almeida
Nascimento: 10 de agosto 2009
Estudos: Frequenta o 6º ano
Hobbie: Bicicleta, skate, surf, correr, Playstation, xadrez, cozinhar
Comida e bebida: Peixe grelhado, Aquarius e água
Significado do número: O 10 é o seu dia de aniversário e porque quando jogava futebol o 10 era o melhor jogador.
As motos sempre fizeram parte da minha vida pois os meus pais sempre tiveram e andaram de moto. Na minha casa sempre houveram motos e eu em bebé chorava para ir para cima das motos.
Iniciei no motociclismo com 5 anos no motocross, quando recebi a minha PW 50 no Natal. Sempre disse aos meus pais que queria andar de moto mas quando andei pela primeira vez de motocross não senti paixão à 1ª vista. Comecei a fazer alguns treinos no ‘Offroad Camp’ mas sentia que não era aquilo que realmente gostava.
Com 7 anos, fui fazer um treino ao Estoril com o projecto 2020. Foi a 1ª vez que tive contato com a velocidade. A sensação era bem diferente daquela que sentia com o motocross.
A empresa do meu pai começou a patrocinar a Oliveira Cup que foi criado pelo Paulo e Miguel Oliveira e quando foi criada a categoria Ohvale – em 2018 – para crianças mais novas, o Paulo Oliveira perguntou ao meu pai se eu queria correr na categoria e logo disse que sim.
Fui ao MOFC com a minha mãe e quando o Paulo Oliveira me mostrou a moto eu nem chegava com os pés ao chão. O Paulo explicou-me como deveria fazer para conseguir manter-me de pé (eu na altura não fazia ideia de que o Paulo era o pai do Miguel). Lembro-me que estavam lá muitos miúdos mas o meu interesse era ver os trofeus do Miguel e ver a corrida do Miguel que estava a dar na TV. Lembro-me da minha mãe perguntar se eu queria participar e de me perguntarem que número escolhia. Disse que queria, mas não conseguia tirar os olhos da TV onde estava a dar a corrida.
Quando cheguei a casa, disseram-me que no fim-de-semana a seguir iria experimentar a moto. Fui logo agradecer ao meu pai e á minha mãe a dizer que eram os melhores pais do mundo e que os amava muito e tal.
Quando cheguei a Santo André, que era onde se ia iniciar a pré-temporada, nem precisei de andar de moto para perceber logo que gostava muito mais daquilo do que motocross. Quando entrei em pista pela primeira vez fui muito lento e da segunda também e como o percebi tentei só mesmo porque não deu em nada. Tentava andar mais rápido e comecei a cair muitas vezes. Lembro-me que nesse fim-de-semana caí mais de 5 vezes, mas mesmo a cair adorei andar de moto em pista.
Fiz ainda uns treinos no Bombarral e na minha primeira corrida (Bombarral) foi horrível. Fiquei em último e levei duas voltas de avanço do penúltimo e o meu pai perguntou-me se eu queria andar ou competir de moto e eu disse que não queria andar mas sim competir. Nas outras seis corridas caí em maior parte delas e até caí duas vezes na última corrida na última volta mas nunca desisti e cada vez fui evoluindo mais. O meu pai era o meu treinador e puxava por mim para eu aprender cada vez mais.
No meu segundo ano no Oliveira Cup, juntei-me ao Team Dias, treinei e trabalhei muito com ela e com o meu pai, pois tinha como objectivo crescer e fazer pódios. Depois do meu primeiro pódio eu e os meus pais percebemos que houve evolução e comecei a levar este desporto a sério para poder chegar onde eu queria, ao topo, ou seja, o MotoGP. Nesse ano também participei no CAM com o Team Dias.
No fim do ano subi de categoria (Mini GP) e como o Paulo e o Miguel viram evolução convidaram-me para a sua equipa MOFC Racing Team para correr no campeonato de Espanha (ESBK) na categoria Moto4. Foi difícil mas era mesmo ali onde eu queria estar. Aquilo era o meu sonho. Correr num campeonato muito competitivo, com os melhores e com uma equipa que acreditava em mim. Aprendi muito com a equipa MOFC, como estar na box, o que era a telemetria, os cuidados a ter com o meu equipamento, a importância duma boa alimentação, começar a fazer algum treino físico (o Paulo desafiou-me e incentivou-me a começar a saltar à corda), a importância dos mecânicos e chefe de equipa, como corrigir a minha posição na moto… um mundo que eu não conhecia mas que sabia que era mesmo ali que tinha de estar.
Em 2020 fiz o CNV Portugal e fui campeão na categoria moto4 e participei no CAM na categoria Mini GP do Oliveira Cup onde, também, fui campeão. Continuei a correr no ESBK e em 38 pilotos andei a disputar os décimos quintos lugares. Todo o trabalho da minha equipa foi 10 estrelas. Foi brutal. Só me lembro, da queda que tive em Portimão na corrida e em poucos minutos a equipa arranjou-me a moto e que consegui voltar à pista e mesmo saindo de último lugar consegui ganhar. Sem esta equipa não seria possível eu chegar até onde cheguei. Tem acreditado sempre em mim e naquilo que eu sou como piloto e como miúdo. Tem sido uma grande aventura mas sei que estou no caminho certo para conquistar tudo o que quero. E cá estamos! Já em 2021 e pronto para dar o máximo.