Tento que a minha rotina antes das corridas seja sempre a mesma. É quase como um ritual.
Depois de acordar, vou tomar um banho, mesmo que tenha tomado banho à noite antes de ir para a cama para dormir melhor. Esse banho de manhã é com água mais fria, pois ajuda a ativar o cérebro.
Em seguida, visto-me: começo por vestir o fato térmico que costumo usar por baixo do fato de piloto. Visto de seguida o equipamento da equipa, polo, calças ou calções de treino e calço os ténis.
Entretanto preparo a minha mochila, que levo sempre para os treinos e corridas. É lá que coloco o meu telemóvel, os meus phones, a minha garrafa, a máscara ou buff devido à situação de pandemia, bem como a pasta onde guardo as folhas dos circuitos com as indicações da equipa. Enquanto faço isto tudo, o meu pai despacha-se e, se estivermos fora de Portugal, tomamos o pequeno almoço no hotel ou no hospitality no circuito. Se estivermos em Portugal, tomo o pequeno almoço em casa, e este é consoante o que a nutricionista diz, mas essencialmente é rico em proteína e hidratos e pouca gordura. Quando termino o pequeno almoço sigo para o circuito com o meu pai. É com ele que vou para todas as corridas.
Quando chego ao circuito, cumprimento toda a minha equipa quando chego à box e vou buscar o meu saco de piloto à carrinha, onde tenho os meus fatos, de treino e corrida, o capacete, botas, peitoral, ou seja, todo o material que preciso para me equipar. A seguir, vou colocar o meu capacete, a minha garrafa, as luvas, o peitoral e o dorsal numa mesa que tenho ao lado da minha cadeira na box. Deixo o restante material no camião, que é o sítio onde me equipo.
Na preparação para os treinos ou corridas, costumo vestir-me com cerca de 30 / 40 minutos de antecedência, para ter tempo para me concentrar. De vez em quando, se estiver muito nervoso, oiço música e, por isso, é que tenho os phones sempre na mochila. Também costumo aquecer a saltar à corda ou fazer alguns exercícios que me ensinaram para a aquecer.
Entretanto, falo com o meu telemetrista, com o Paulo e vejo o desenho da pista e revejo tudo o que me disseram para eu fazer e vou estudando isso. E depois tenho o meu ritual: quando faltam mais ou menos 7 minutod para a corrida ou treinos oficiais, coloco o capacete, as luvas, o dorsal e o peitoral e tenho um momento de concentração. Quando me dizem que posso sair, sento-me na mota, deixo a viseira um pouco aberta, concentro-me e arranco.
Nos intervalos dos treinos, falo sempre com o telemetrista e com o Paulo para saber os erros que cometi, o que fiz bem, onde posso melhorar, o que se pode melhorar na mota. Depois vou para o camião despir-me e volto para a box para falar com a equipa. Se os intervalos forem muito grandes, aproveito para dar uma volta ao paddock e ver as outras equipas e falar com outros pilotos e também para apanhar ar.
Na grelha de partida, existe sempre um momento de concentração e é onde oiço muito os conselhos do Paulo e da restante equipa.
Quando os treinos ou corridas terminam, falo com o telemetrista e com toda a equipa e vemos onde posso melhorar.
Quando é para me ir embora, dispo-me, arrumo todo o meu material e despeço-me sempre da equipa e agradeço-lhes a ajuda.
Volto para o hotel ou casa, falo com o meu pai sobre tudo o que se passou na viagem, janto e deito-me cedo, pois no dia a seguir são aulas. E é assim a minha rotina 🙂